quarta-feira, dezembro 21

PABLO NERUDA ** SONETO XVII ** Kath Bloom - Come Here



Não te amo como se fosses rosa de sal,
topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.


Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou, nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

2 comentários:

  1. Menina Lia, andas inspirada, excelente tuas escolhas...Beijinhos, Paulo.

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  2. Grata, Paulo. Seus comentários, tão pertinentes, norteiam minhas escolhas. Ainda bem que somos presenteados com trabalhos magníficos que surpreendem e encantam...autores que parecem não ser "deste mundo", tão castigado pelo sofrimento. Beijinhos do lado de cá, tbém.

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