domingo, dezembro 28

Cinco verbos da sorte para a virada do ano



A virada do ano é aquela hora em que você para e reavalia a vida. Olha as metas traçadas no final do ano anterior e não raro percebe que deixou muito a desejar e se culpa, e se angustia, e escreve uma tonelada de metas para o ano vindouro.

Quero propor, aqui, uma pequenina meditação quanto à existência, a virada do ano e as metas a serem traçadas. Proponho cinco verbos (da sorte):

1 – Agradecer. Gratidão por todas as oportunidades que surgiram ao longo de 2014. De tudo o que vivemos, fica uma lição para a vida toda. As escolhas que fizemos, certas ou “erradas”, fazem parte de nós. Aceitá-las é parte importante do aprendizado no Caminho.

2 – Perdoar. Primeiro, perdoar-se: eis um ato de profunda e inequívoca libertação, pois nada nos prenda mais que aquela culpa talvez silenciosa que nos agride constantemente a alma com acusações infrutíferas.

Somos ainda meninos, não importa a idade que tenhamos, a ensaiar os primeiros passos na senda da solidariedade e da compreensão. Tropeçar, cair, ralar os joelhos, esbarrar nos coleguinhas, isso tudo é cenário do nosso Jardim da Infância existencial. Se bem observarmos, nossos erros sequer deveriam ofender-nos, desde que o nosso coração esteja aberto ao aprendizado em face do comportamento equivocado.

Segundo, você quer mesmo ficar remoendo as dores causadas pelos esbarrões, mordidas, cotoveladas dos seus colegas do Jardim da Infância? Saiba que quando crescer, você rirá de todas essas coisas. Então, se você se ofendeu, o melhor é perdoar logo.

3 – Saber-se. Conhecer a si mesmo é a chave para libertar, em nós, a ave aprisionada da ignorância. Saber o que nos move. O que nos estagna. O que nos enternece. Saber o porquê de nossas dores, a origem do sofrimento, a origem da esperança, os alicerces da fé… Isso é o que nos liberta.

4 – Desejar o essencial. O mundo em que vivemos é uma fábrica ininterrupta de vaidades vazias. Nele, o desejo de ter o supérfluo tem causado severas doenças emocionais.

Para grande parte dos homens, você só é na medida em que você tem posses materiais. Então o homem crê nessa inverdade e cria necessidades falsas, originadas na competição e no individualismo, e isso nada de bom nos acrescenta.

Desejemos, pois, o essencial. Aquilo que nos seja imprescindível à alegria: que haja crianças correndo no jardim, cheiro de café fresco logo ao levantar da cama, nuvem engraçada do céu… pão, água, teto, alegria e esperança, e que você possa dividir tudo isso com alguém, pois as essências, sempre que divididas, multiplicam-se.

5- Ser você mesmo. No ano de 2015,  seja VOCÊ MESMO! Conhecendo-se, perdoando-se, grato por existir, desejoso do essencial e sempre apto a buscar a sua própria essência, em sintonia com a Vida, com o próximo, com o Planeta.

 Afinal, você é, a um só tempo, o lapidador e o diamante. Joia rara, cara e única com que o Universo presenteou a Humanidade. Estilhaço de estrela… Centelha invisível do raio mais perfeito do Sol. Que o seu 2015 tenha a sorte de contar com você!
By: Nara Rúbia Ribeiro (Escritora, advogada e professora universitária)

quarta-feira, dezembro 24

Feliz e abençoado Natal!




"Quisera Senhor, neste Natal, armar uma árvore dentro do meu coração e nela pendurar, em vez de presentes, os nomes de todos os meus amigos, de todas as pessoas que me querem bem, de todas as pessoas que eu quero bem.
Os amigos antigos e os mais recentes.
Aqueles que vejo todo dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que muitas vezes ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes. Os das horas difíceis e os das horas alegres. Os que sem querer eu magoei, e os que sem querer me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles a quem conheço apenas superficialmente.
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes.
Os nomes de todos que já passaram por minha vida.
Uma árvore de raiz muito profunda, para que seus nomes nunca mais sejam arrancados do meu coração.
De ramos muito extensos, para que novos nomes vindos de todos os lados venham se juntar aos já existentes.
De sombras muito agradáveis para que nossa amizade seja um momento de repouso e tranquilidade em meio às lutas da vida."
Desejo, com fervor, que o Natal esteja vivo em cada um de nós e que se mantenha em cada dia do ano que se inicia, para que possamos viver juntos o amor, a paz, a união e a fraternidade.
Feliz Natal!

domingo, dezembro 14



Os dezembros possuem um aroma  almiscarado de saudade com esperança.
Dezembro é a encruzilhada,
princípio e fim ao mesmo tempo, o ano corrente se despede enquanto o ano novo vem venturoso e repleto de possibilidades.

Dezembro é sempre mágico,
é o encontro ímpar de passado e futuro,
é a hora da reflexão e dos desejos, de enxugar as lágrimas do que não volta mais, e do sorriso de expectativa.

Dezembro é Natal,
é beleza, é o momento da redenção,
da Fé, do perdão, de lembrar dos esquecidos,
dos desesperados, de enxergar além do próprio umbigo.

Dezembro é o mês de sermos mais
humanos e estarmos mais sensíveis.

Dezembro é exceção,
mas deveria ser rotina,
é exemplo e deveria ser seguido.

Dezembro é o mês em que nos
tornamos melhores,
seja para compensarmos o que não
fomos o ano todo,
seja para começarmos a mudar para
o ano que chega.

Dezembro é festa.
Réveillon,
pedidos escritos a lápis em papéis virgens e
raramente lembrados depois,
flores jogadas ao mar com refluxo ansiosamente aguardado e
crenças repentinas e fugazes que
geralmente se dissipam com a fumaça dos fogos.

É promessa de mudança,
é chama acesa!
É tempo de saudade dos que não estão
mais conosco e abrilhantavam nossos
dias ou mesmo eram a razão
principal deles.

É hora de repensar os erros e não
mais cometê-los,
é o momento de repassar os acertos
e aprimorá-los.

Dezembro é o prelúdio do futuro,
é a chave do recomeço,
é a estação final do passado,
a conexão com o futuro,
o momento de arquivar o que passou
de forma que possa ser facilmente
consultado depois.

Dezembro é extremo, é decisivo,
é palco de todas as recordações,
é mais um álbum que se fecha.

Dezembro é quando eu me
lembro mais da minha impermanência
e de que sou só um grão de areia
oscilando ao sabor das dunas intermitentes
do destino que nunca cansam
de se modificar.

Dezembro ainda é um ótimo
mês para nascer!
By: Leonardo Andrade