domingo, janeiro 26

PALAVRA MÁGICA: AFINIDADE!


"A afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois.
 A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
 É o mais independente também. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi. 
Ter afinidade é muito raro. Mas, quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Afinidade é sentir com. Não é sentir contra. Nem sentir para. Nem sentir por. Nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios. Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. 
É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. 
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado." 
-  Artur da Távola. 


sábado, janeiro 11

- PESSOAS ESPECIAIS -





Existem pessoas que marcam a nossa vida.
Personagens que ficam na nossa história.
Espalham-se na corrente sanguínea e exalam em nossos poros.
Existem pessoas que chegam para ficar.
Desfazem as malas e espalham suas peças por entre nossos dias.
Com o passar do tempo vão se tornando parte de nós. 
E, quando por qualquer razão, desaparecem do nosso caminho, ainda assim deixam marcas no nosso chão.
Pessoas distintas que brindam a emoção!
Simples, ardentes ou meramente normais.
Destilam sabedoria e emprestam seu alto astral.
Pessoas interessantes, insinuantes, especiais.
Que fincam o pé na nossa estrada e ponto final.
- Mari Saes -          

- HOMENS APRENDEM -




Com o tempo e a experiência, mesmo os lerdos descobrem – um dia –
 o prazer da reciprocidade.

 A vida parece curta para o ritmo em que a gente aprende. Demora uma eternidade para que coisas óbvias se apresentem diante de nós em sua clareza elementar. Perdemos décadas da nossa existência no interior de uma grossa névoa de burrice emocional. É somente na virada dos 40 anos, às vezes dos 50, que a luz atravessa as nuvens. Não é tarde, mas é uma pena. Se a compreensão viesse antes, talvez a vida fosse melhor.
Falo por mim, naturalmente.

Haverá quem tenha entendido o mundo desde cedo. Deve haver gente extraordinária que percebe – aos 15, aos 20 anos, talvez aos 30 – que é impossível ter tudo ao mesmo tempo e que a arte da renúncia antecede o gozo. Alguém deve ter percebido, antes de ter cabelos brancos, que comprometer-se (pro-fun-da-men-te) é parte da experiência de ser feliz. Comigo não foi assim.
Falo de homens, claro.

Eles se debatem no interior dos relacionamentos como se estivessem se afogando. A mulher é bacana, a vida é boa, o sexo flui como música de câmera – mas o sujeito soçobra em ansiedade, incapaz de aquietar-se. Seu desejo se multiplica em todos os sorrisos, todos os cabelos, todo quadril largo ou estreito que passe requebrando. Ele muitas vezes nem faz sexo além da cerca, mas sua fidelidade se restringe ao sentido forense da palavra - não há contato físico, mas sobra imaginação e sofrimento, com terríveis consequências.

A relação verdadeira, que começara apaixonada, vai murchando. A sombra da tristeza invade a casa dele, a cama dele, o sorriso da mulher dele. Mas ele não sabe que precisa opor-se a isso. Acredita que o amor tem de brotar pronto e perfeito, sem esforço. Assim, ele desiste. Deixa rolar, broxar, o sentimento esvair-se. É um espontaneísta, afinal. Ou uma anta, como perceberá logo depois. Mas então o barco já terá virado.
No fundo, eu temo, ele queria que desse errado.

Estar casado (ou estar junto, ou ter alguém) era um estorvo. Havia muita coisa acontecendo e ele nunca renunciara. O casamento, (o namoro, a relação) sempre lhe parecera provisório. Tinha vergonha de fazer planos. Sentia-se numa farsa onde faltava algo. Ele achava que era amor. Anos depois, descobriu que era maturidade, comprometimento, empenho. Dele. Não sabia que era preciso dar-se. Talvez nem soubesse como. Criatura bruta e triste, cheia de fome.
Ainda bem que o tempo existe.

Com ele, aprende-se a importância das coisas. Com a soma das experiências repetidas, mesmo um sujeito lerdo – e são quase todos - entende que é preciso cuidar da mulher que ele ama. Não apenas como um objeto de prazer que pode irritar-se e partir. Não apenas como algo que ele pode perder. Mas como uma parte essencial da vida dele, que tem de ser preservada e aprimorada. Com o tempo e com boa vontade, o sujeito aprende a reciprocidade. Mas leva tempo.
- Ivan Martins - Editor-Executivo de Época.

quarta-feira, janeiro 1

- BEM-VINDO, JANEIRO -


 
 
É janeiro!
Mês que carrega nas costas um ano inteiro.
Janeiro parece mais ano que mês, ele chega e todos dizem: feliz ano novo!
Mas venha, janeiro!
É a sua vez!
Que tenha a leveza do recomeço, que leve o que não nos serve mais, que traga tudo o que nos encha de paz!
Lembrando que nada muda se a gente não mudar, a gente também tem que correr atrás.
- Rachel Carvalho.