"Sou como um livro. Há quem me interprete pela capa. Há quem me ame apenas por ela. Há quem viaje em mim. Há quem viaje comigo. Há quem não me entende. Há quem nunca tentou. Há quem sempre quis ler-me. Há quem nunca se interessou. Há quem leu e não gostou. Há quem leu e se apaixonou. Há quem apenas busca em mim palavras de consolo. Há quem só perceba teoria e objetividade. Mas, tal como um livro, sempre trago algo de bom em mim"
quarta-feira, novembro 23
CLARICE LISPECTOR
Quando fazemos tudo para que nos amem e não
conseguimos, resta-nos um último recurso:
Não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor,
o afeto ou a ternura que havíamos solicitado,
melhor será desistirmos e procurar mais adiante os
sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce,
ou não, espontaneamente, mas nunca por força
de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar-se demais,
nada se consegue; outras vezes, nada damos e o
amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada,
uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal,
e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para
conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...
O DE MAIS NADA FAZER!
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