sábado, outubro 22

ERIKA AZEVEDO

Para viver um grande amor




Relações são construídas e o amor nasce da convivência e da disposição em aceitar o outro, suas qualidades e defeitos, suas limitações e medos, lutando mutuamente para a conquista da felicidade de ambos, para o crescimento e amadurecimento na arte de viver em comum; união de objetivos, de ideais, enfrentando as dificuldades que possam surgir com o firme propósito de estar juntos, de permanecer unidos, de ser um. Caminhando de mãos dadas na mesma direção, na direção da realização como ser humano e à plenitude do amar e ser amado.


Em sites de relacionamentos vejo milhares procurando por alguém, que procura por alguém e ninguém se encontra. Muitos afirmam querer um relacionamento sério, mas não se dispõem a construir isso. A facilidade com que comunicamo-nos, aproximamo-nos é a mesma com a qual distanciamo-nos. Relações de amizade começam e terminam num click. Emails adicionados em msn e bloqueados quase que instantaneamente. Eternidade hoje é o tempo que dura um beijo, o momento de êxtase. Não se quer saber o depois, não se quer construir o depois...

“Não é bom que o homem esteja sozinho”. E não é mesmo. Precisamos é tomar consciência de que banalizamos nossas relações quando as alicerçamos no prazer e na efemeridade, na falta de comprometimento com nossos próprios objetivos. Queremos facilidade. Começamos bem, aí na primeira dificuldade, na primeira onda mais alta que aparecer, abandonamos o barco e partimos em busca do homem ideal, da mulher dos sonhos.

O amor é uma arte a ser aprendida. Teorias não faltam. O problema é que mais e mais diminuem os que vivenciam na prática os amores encantados, firmados por muita luta, muitas lágrimas, incontáveis renúncias e perdão...
É urgente a necessidade que temos de aprendê-la, de ver o outro muito além do que realmente é, muito além do que o mundo vê, deixando de lado nossas expectativas.

É preciso escutar o silêncio do outro, ouvir o que não é dito, não ter razão; descobrir a maravilha de ser a cada dia, entender que mudamos constantemente, enfeitar relações com flores e iluminar vidas com as estrelas; lutar por nossas relações, pelo sucesso do nosso amor; esvaziar nossas bagagens de frustrações, traumas e experiências negativas, perdoar, jogar no lixo nosso preconceito, pois cada ser humano é único no universo. 

É preciso não ter medo e entregar o nosso melhor a alguém com disponibilidade à felicidade. Esvaziar nossas malas, recomeçar. É preciso parar de querer que o outro realize nossos sonhos e nos dispor a conquistar juntos o que queremos. Nossas experiências pesam muito, mas não podem impedir que vivamos o amor, a vida.
Romantismo? Sonho? Não. Amor de eternidade que precisamos aprender!

Querem uma casa branca na serra, com grandes janelas de madeira, com vista para um lindo jardim? Terão que construí-la. Se a comprar pronta, nunca será como realmente sonharam.
Os prazeres passam, a beleza passa, os bens materiais com os anos perdem muito do seu brilho e não saciam nossa sede, não realizam nossos anseios. No fim, mãos dadas, um olhar terno, um ombro amigo e a eternidade da plenitude de um amor, é o que fica.

Penso que saber o que realmente querermos, lutar pelo que queremos e buscar sacralizar nossas relações, é o segredo para viver um grande amor. Não é impossível!! Eu acredito em milagres e que o primeiro passo para que eles aconteçam, é dado por cada um de nós.

Penso, 'viver um grande e encantado amor' é desafio para gigantes.

5 comentários:

  1. Ah! Como seria bom AMAR e não SOFRER! Afinal, o amor, por ser AMOR, não deveria oferecer nada de ruim. A ausência de reciprocidade no amor sim...Curtam o texto, reflitam. Bjs! :)

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  2. Querida, para viver um gde Amor, faço minhas as palavras do poeta Vinicius: "Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor." Percebe? Ricardo :)

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  3. Lindo texto, muito bem escrito,parabéns a Erika Azevedo e a você, Lia pelo bom-gosto. Beijinhos doces...Paulo

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  4. Percebi...rs...O poeta Vinicius, como sempre, coerente em suas palavras. A busca incessante da pessoa ideal seja onde for é frustrante, penso, p mtos. Bjo, Ricardo.

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  5. Paulo, de fato, tbem compactuo com a autora: "Eternidade hoje é o tempo que dura um beijo, o momento de êxtase". Não se quer saber do depois, não se quer construir o depois.... Não se quer "perder tempo" em solidificar/investir numa relação...a oferta é gde, td mto fácil, efêmero e fugaz... Até!

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